segunda-feira, 25 de maio de 2015

MANIFESTO RBTR



MANIFESTO 
Rede Brasileira de Teatro de Rua – Sorocaba/SP – 17 de Maio de 2015

SOMOS articuladores e articuladoras da Rede Brasileira de Teatro de Rua. Já há oito anos ouvimos, dialogamos, aguardamos, lutamos, rebatemos, sentamos, exigimos desse governo ações concretas e de fato efetivas pela arte pública e pela cultura do nosso país. Agora, o diálogo é única oferta já que o orçamento vergonhosamente vêm sumindo aos nossos olhos, ano a ano. Sentimos que o sim ao diálogo deixou de ser possibilidade de transformação para tornar-se um estado de legitimação de uma falsa democracia, de uma falsa participação, de um falso programa de cultura que nunca houve. 
Cansamos! Não da luta, cansamos desse tipo de política da migalha. Não vemos sentido em sentar e dialogar com um ministro ou secretário, se as conversas sempre esbarram na falta de verba. Por quais ralos escoam nosso dinheiro? No pagamento dos juros? No setor de marketing das empresas? Nos gastos com militarização? Nas poucas famílias que controlam a mídia? Nos megaeventos? Nas empreiteiras e sua especulação imobiliária? Nos bancos? Nesse discurso que se diz popular, democrático e participativo, nunca antes na história desse país, as instituições privadas lucraram tanto. 
“Não mexe comigo, que eu não ando só!” E por isso, fortalecemos a nossa luta, engrossando esse caldo com os professores, com os movimentos de moradia, com os movimentos pela saúde pública, com as pautas pela desmilitarização da polícia, com o movimento indígena, com as mães de maio, com o movimento contra o genocídio nas periferias, com as pautas de descriminalização da maconha, com os quilombolas, com os povos da floresta, com o movimento LGBT, com as culturas populares, com os movimentos feministas, com o movimento negro, com as periferias, com os trabalhadores e trabalhadoras de todo país. 
Não há como produzir pensamentos, pautas, programas e leis mais elaboradas para a cultura do que as já construídas nesses últimos anos. Sabemos o que queremos. Já fizemos inúmeras cartas, documentos, reuniões. O que é necessário para o fomento efetivo dos trabalhadores e trabalhadoras de cultura desse país, já está documentado há muito tempo. Resta pôr em prática. 
O dinheiro e energia das caravanas, das conferências e das reuniões, pra nós torna-se agora um desperdício, um falso processo, uma falácia. Estamos reunidos, estamos conversando, continuamos nos organizando, mas agora seremos claros e diretos. 
Edital não é política pública. Exigimos:

‐ os editais transformados em leis com dotação orçamentária própria, com comissões eleitas pela sociedade civil. 
‐ a criação da LEI PRÊMIO TEATRO BRASILEIRO, nessas condições. 
‐ a criação da LEI PRÊMIO PARA AS ARTES PÚBLICAS, nessas condições. 
‐ a mínima fatia do orçamento de 2% em nível federal, 1,5% em nível estadual e 1% em nível municipal (PEC 150) 
‐ o fim da renúncia fiscal, da Lei Rouanet e de seu simulacro, o Pro-cultura.

No sentido de viabilizar essas pautas, estamos prontos. Unimo‐nos a diferentes frentes de luta porque entendemos que o projeto maior é de uma sociedade que seja de fato pública e igualitária nas condições de sobrevivência de todos os seres humanos. Não faremos figuração em eventos do governo, nem demonstraremos apoio a um governo que não cumpre suas promessas, tampouco aceitaremos nada menos que o mínimo produzido por nossa categoria em oito anos de muita militância e pensamento conjunto. 
(em anexo, as cartas produzidas pela RBTR)
Sem mais.

E com os nossos, cada vez mais...
Rede Brasileira de Teatro de Rua – Sorocaba/SP – 17 de Maio de 2015

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Estréia da TRAGICOMÉDIA DE DOM CRISTOVÃO E SINHÁ ROSINHA




SINOPSE
Sinhá Rosinha quer casar, mas, como enfrentará o autoritário pai, o prepotente dom Cristóvão, o ex-namorado e seu apaixonado pretendente? Como escapará de um casamento forjado pelo dinheiro e viverá o seu amor desimpedido? Como diz sinhá Rosinha: “que se dane seu dinheirinho eu quero é o amor!”. Uma farsa que exalta o valores como a independência, a arte e o amor.

HISTÓRICO
O Teatro Imaginário Maracangalha, grupo de pesquisa em teatro de rua e espaços não convencionais de encenação, ao longo de sua trajetória construiu uma dramaturgia própria a partir do documentário, memória, cultura popular e literatura.

Através do “Prêmio Rubens Corrêa de Teatro 2014”, o grupo estreia a montagem do espetáculo “A Tragicomédia de Dom Cristóvão e Sinhá Rosinha” do dramaturgo espanhol Federico Garcia Lorca, escrito na fase juvenil e lúdica do autor.

Nessa nova construção o grupo parte para outro processo de pesquisa que é a encenação de um texto /dramaturgia pronta onde a “farsa”, gênero popular de teatro, é levado a cena com humor, drama e crítica social.

No processo de pesquisa o grupo investigou a cultura popular na fronteira com o Paraguai e a Bolívia e paralelos nas relações de gênero, patriarcado, ruralismo e capital, presentes na obra e na formação cultural do Mato Grosso do Sul a partir de suas fronteiras.

Realizou dois “Seminários Arena Aberta: Gênero e latifúndio e Na rua sem fronteira” além da leitura dramática da obra “O Idílio da Carvoeirinha” de Garcia Lorca.

Federico García Lorca tornou-se um dos expoentes máximos da literatura espanhola e mundial. A poesia e a obra teatral de Lorca, tornou-se bastante conhecida por sua envergadura trágica e por sua universal e recorrente temática de amor, morte e liberdade revelando-se um artista preocupado com a renovação da cena e sua recepção, cuja meta era a realização de um teatro eminentemente popular: na linguagem e no acesso.

Na perspectiva de linguagem e acesso do teatro de rua e da arte pública, o grupo composto pelos atores e atrizes Alê Moura, Camilah Brito, Fran Corona, Fernando Cruz, Moreno Mourão e Renderson Valentim, legitima-se como um grupo de criação e pesquisa de trabalho continuado. O grupo somou suas habilidades à pesquisa da cenografia, adereços, figurino e musicalidade com profissionais e pesquisadores das áreas relacionadas a seus processos de encenação.

O artista plástico GHVA assina a cenografia, figurino, adereços e maquiagem, o músico e maestro Jonas Feliz é o diretor musical do espetáculo sob a direção de Fernando Cruz.

Assim, o grupo é reconhecido pela seriedade e profissionalismo em suas construções, já que às mesmas não ficam engavetadas ou restritas a apresentações de execuções de projetos, e sim, em circulação dentro e fora do Brasil, tratando o recurso público como forma de expansão da arte pública chegando a toda população na rua, de forma democrática.

A execução desse projeto torna pública esta importante obra, assim como ,coloca o nome do autor e a sua relação com a contemporaneidade e nossa cultura  em seu devido lugar e tempo.

Seminários realizados no processo de pesquisa

Seminário Arena Aberta – Na Rua sem Fronteira
Com  Ricardo Cafure, diretor cultural Associação cultural Colônia Paraguaia  e Pto de Cultura, Ingra Padilha do Grupo Tìkai Bolívia, Rodrigo Teixeira, músico e jornalista, Thiago Carvalho professor UEMS
Lançamento do livro “Os Pioneiros – A Origem da Música Sertaneja de MS” de Rodrigo Teixeira

Seminário Arena Aberta – Gênero e Latifúndio
Com Jacy Correa Curado, doutora em psicologia social pela PUC/ SP, mestre em estudos de gênero ISS/ Holanda, professora adjunta da faculdade de Ciências Humanas da UFGD.
Leitura Dramática do texto “O idílio da Carvoeirinha” de Federico Garcia Lorca