segunda-feira, 27 de agosto de 2018

VIII MOSTRA DE REPERTÓRIO


TEKOHA 
Ritual de Vida e Morte do Deus Pequeno
O espetáculo narra a trajetória do líder guarani Marçal de Souza e sua resistência histórica na luta pela terra e direitos dos povos indígenas. A palavra que dá nome ao espetáculo, Tekoha, tem um significado peculiar. “Teko” significa modo de estar, sistema, lei, hábito, costume. Tekoha, assim, refere-se à terra tradicional, ao espaço de pertencimento da cultura guarani. É no Tekoha que os guaranis vivem seu modo de ser. O Teatro Imaginário Maracangalha faz da rua a representação tão sagrado aos guaranis.

CABEÇA DE PAPELÃO
"Cabeças e relógios querem-se conforme o clima e a moral de cada terra" - João do Rio (1881-1921)
A intervenção performativa inspirada no conto O homem da cabeça de papelão de João do Rio expressa em forma crítica uma sociedade dominada pela alienação social, econômica e intelectual. Interferindo no cotidiano das cidades silenciosamente, as imagens dos atores em suas cabeças de papelão provocam indagações sobre a coisificação do ser humano nos dias de hoje criando uma metáfora do dia a dia.

OPERÁRIO EM CONSTRUÇÃO
Operário em Construção trata de um operário que entra em processo de conscientização individual e resiste à exploração através da palavra “não”. É um dos poemas de lírica comprometida com o cotidiano e seus conflitos sociais. Intervenção de rua que performa e interage no dia a dia das cidades a qualquer hora em qualquer lugar tendo com referência a poesia de Vinícius de Moraes.


FERRO EM BRASA
A intervenção de rua em teatro épico aborda  o impacto da invasão   das terras indígenas de 1500 até hoje no Brasil e na América com a chegada das primeira naus e os primeiros contatos com os povos originários  . É construída a  partir das cartas de  Bartolomé de Las Casas (1507),Pero Vaz de Caminha (1500), poemas de Oswald de Andrade  e notícias recorrentes em  jornais atuais.

AREÔTORARE
O verbo negro e bororo do índio profeta
A ação cênica/performativa Areôtorare vem sendo pesquisada na rua a seis anos pelo Teatro Imaginário Maracangalha. Na trajetória de pesquisa do movimento e das ações da poesia vários formatos foram experimentados: leituras públicas em forma de manifestos (agitprop), ações físicas dos personagens e situações dos poemas, do autor, cortejos, desfragmentação da palavra, fragmentação do texto, escritas nos figurinos e nos corpos, sempre na busca das várias representações possíveis a partir da palavra, da poesia, da obra do autor sem perder de vista seu contexto histórico (modernismo no Mato grosso/Brasil) e o contexto em que vivemos, procurando paralelos e semelhanças com a contemporaneidade. As intervenções já contaram com a participação de quinze atores e músicos, hoje o trabalho se apresenta com sete atores/músicos que surpreendem o público a cada apresentação já que a ação pode ocorrer em qualquer espaço ,público (praça, feiras, ruas, calçadões, terminais de ônibus), dialogando com o fluxo de cada rua ou cidade. A ação cênica/performativa em cena e poesia é itinerante e interativa percorrendo ruas convocando o público a viajar pela ação das palavras que saem do papel e ganham vida, dando visibilidade ao conteúdo invisível das palavras, sendo a cada apresentação uma vivência única. As músicas em cena são autorais e baseadas no universo do autor. As apresentações tem percorridos festivais e feiras literárias revelando ao público a literatura modernista do Brasil central, desvelando através da palavra em ação o manifesto modernista do antigo Mato Grosso (Manifesto a minha gente -Corumbá, Mato Grosso 1935) e a obra deste importante autor, Lobivar Matos, "O Poeta Desconhecido", e que hoje é reconhecido no cânone da literatura e patrimônio cultural brasileiro e tem muito a dizer e a refletir com poesia os tempos em que vivemos.

CONTO da CANTUÁRIA
da obra Contos de Canterbury
de Geoffrey Chaucer (1340)
“...Eu vou pra Maracangalha eu vou...” cantando assim pelas ruas e cortejando a cidade, o Teatro Imaginário Maracangalha inicia o espetáculo de rua Conto da Cantuária.
O “Conto da Cantuária” em um longo processo de pesquisa, tornou-se elemento de pesquisa do grupo, conquistando público, prêmios, vários anos de circulação e uma pesquisa científica.
A peça teatral “Conto da Cantuária” é uma adaptação da obra Contos de Canterbury escrita pelo autor inglês Geoffrey Chaucer no período de 1384 - 1400, em plena inquisição na idade média.
O texto crítico e humorado é constituído de 29 contos e o grupo optou pela montagem do “Conto do vendedor de indulgências”, que retrata de forma farsesca e ácida o comércio das religiões e as corrupções em nome de deus, do dinheiro e da ambição, traçando um paralelo com os dias atuais.
O espetáculo estreou em 2009. Na montagem atual o elenco é composto pelos atuadores Renderson Valentim, Fran Corona, Moreno Mourão e Fernando Cruz que atua e assina a direção da peça.
No espetáculo, o Teatro imaginário Maracangalha mantém seu processo de pesquisa continuado e afirma a identidade do grupo que opta pelo teatro de rua, debatendo temas, ideias, formas e meios estéticos que vão de encontro a realidade dos trabalhadores, transeuntes das ruas dos centros e periferias da cidade, fazendo arte pública, sem fronteiras. 

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

SEMINÁRIO ARENA ABERTA - POÉTICAS ALÉM DAS MARGENS


Armados de Poesia para além da margens e contornos da cidade:
DOUGLAS DIEGUES & GILFRANCO ALVES, hoje 19 horas na sede do Teatro Imaginário Maracangalha no Seminário Arena Aberta - Poéticas Além das Margens.
VENHA, a ARENA É ABERTA!
Venha dialogar na roda.


segunda-feira, 13 de agosto de 2018

MARACANGALHA - 12 Anos com os Pés na Rua

ATENÇÃO MARACA AGORA É SÉRIO!
VAI COMEÇAR TUDO... TUDO... TUDO DE NOVO!




O Teatro Imaginário Maracangalha tem o que celebrar. São 12 anos de trabalho e pesquisa continuada em teatro de rua e 10 anos de Sarobá ocupando a cidade.

Para celebrar, o coletivo ocupa dessa vez o Bar do seu Calepes ou o Grego como é conhecido o dono do bar que carrega uma simpatia e generosidade incrível e também a memória da transformação da cidade a partir do bairro Cabreúva e das pessoas que passam por ali para provar a cachaça de laranja, os lanches deliciosos e até remédios de plantas medicinais que atravessam o mundo com suas curas.

O grupo legitima sua postura estética e política ocupando a rua, celebrando os botecos populares e suas memórias e dialogando na roda a cidade que queremos por isso nos inspiramos nos 50 anos da Feira Brasileira de Opinião e 50 anos do maio 68, referências de reação das artes contra a censura e o autoritarismo já que vivemos novamente tempos sombrios.

Dia 24 de agosto o Sarobá começa com o Seminário Arena Aberta – Poéticas além das margens e que tem como convidados duas feras, o poeta Douglas Diegues com poemas, sons e o conceito de portunhol selvagem relacionado a cultura Guarani e o arquiteto e artista Gilfranco Alves e o seus processos em cibersemiótica , videomapping e Ocupação de espaços públicos .

Dia 25 de agosto a celebração é na rua com o Sarobá de Opinião no bar do seu calepes , o bar e a rua a rua e o bar e a gente no meio disso tudo com muita música ao vivo, performance, poesia, artesanato, artes visuais, dança, cultura da infância com muita atividade para criançada, cultura popular e a feira de trocas.

A Feira de Trocas promove uma outra economia, a economia solidária, onde podemos levar o que quisermos para trocar (livros, CDs, brinquedos, sementes, plantas, o que der na telha...) organizado pelo movimento da Central de Comercialização de Economia Solidária atuante em todo o Brasil . 

E para fechar com chave de ouro acontece no Sarobá o Cortejo de São Genésio (25 de agosto é dia dele) dia do aniversário de 12 anos do Maracangalha e abre os caminhos para VIII Mostra de Repertório (sete trabalhos diferentes, teatro de rua, intervenção e performance) que acontece a partir do dia 28 de agosto.

É como disse o poeta Lobivar Matos (1917-1945) em seu livro Sarobá:
“...Quebrando os velhos moldes, abandonando os temas irrisórios, dando largas ao pensamento livre, os poetas da geração moderna são obrigados a falar nas coisas humildes, nos dramas cruciantes dos desgraçados, dos miseráveis, dos párias sem pão, sem amor e sem trabalho.
Esse é o papel dos poetas da minha geração! “ (Manifesto a minha gente 1935).

E assim seguimos pelas ruas a 12 anos: Muito trabalho, persistência, pesquisa, resistência e dignidade. EVOÉ!

SAROBÁ DE OPINIÃO


Sexta-feira, 24/08
Sede do Teatro Imaginário Maracangalha [rua Nicolau Fragelli, 86]
19h - Seminário Arena Aberta: Poéticas além das margens 
Convidados: Poeta Douglas Diegues e Arquiteto Gilfranco Alves 
Mediação: Thiago Rodrigues de Carvalho

Sábado, 25/08
Bar do seu Calepes [rua Santos Dumont, 283]
15h - Sarobá De Opinião

Programação
Apresentação: Maíra Espíndola
DJs: Maíra Espíndola e Henrique Lucas 

Cultura da Infância:15h
Neska Brasil/ Ateliê Mundo
Leitores ao Vento
Economia Solidária – Feira de Trocas
Bate-papo com as Doulas

Música:
Joyce Terra e Raphael Vital 
Irene e Irani – Irmãs Vai ou Racha 
Peixes Entrópicos 
Alien Sputnik
Coletivo Ksulo

Artes Plasticas:
Leonardo Mareco

Dança:
Grupo Femme
Cultura Popular:
Escola de Capoeira Angola – Camuanga de Angola
Grupo Tikay - Bolívia

Poesia 
Maria Maria
Iuri Lucas

Performance:
Rah Conde

Intervenção:
Cortejo de São Genésio com Teatro Imaginário Maracangalha

Artesanato Gastronomia e Festa



VIII MOSTRA DE REPERTÓRIO

Quarta-feira, 29/08
Praça Ary Coelho
11h - Espetáculo Tekoha - Ritual de vida e morte do Deus Pequeno
17h - Intervenção Cabeça de Papelão

Quinta-feira, 30/08
Feira da Orla Morena
20h - Intervenção Operário em Construção

Sexta-feira, 31/08
Praça Ary Coelho
12h - Intervenção Ferro em Brasa
19h30 UEMS/ JART Cortejo até a Praça do José Abrão
Praça do José Abrão
20h - Espetáculo Areôtorare - o Verbo negro e bororo do Índio Profeta

Sábado, 01/09
Lariscas da Lu
20h - Espetáculo Conto da Cantuária

Domingo, 02/09
Orla Aeroporto
16h Espetáculo Tragicomédia de Dom Cristóvão e Sinhá Rosinha

Arte: Maíra Coraci

domingo, 5 de agosto de 2018

MARACANGALHA 11 Anos nas Ruas - FOMTEATRO 2017

E assim finalizamos o projeto Maracangalha 11 anos nas ruas com o coração transbordando de alegria por poder contar com tanta gente generosa em nosso caminho. Queremos transformar por isso também estamos em constante transformação e a força do afeto nos move. Sim! Somos maloqueiros, baderneiros, festeiros, arruaceiros, bagunceiros, mas sobre tudo muito afetuosos, acreditamos na alegria, no amor e no respeito, lutamos por uma vida mais digna e justa por isso estamos nas ruas, praças, largo, feiras, chão de terra batida, no asfalto, em qualquer lugar que caiba, levando o que temos de melhor o que fazemos de coração a quem faz parte dessa história e nos da combustível para caminhar, o público que nos recebe com muito carinho e generosidade nesses anos todos de existência e resistência.
Com esse projeto conseguimos dar uma revisitada em todos os nossos espetáculos do repertório e nos qualificar como trabalhadorxs e atuadorxs rueirxs, com ajuda de gente querida e sabida, verdadeirxs comparsas, que nos mostraram caminhos e compartilharam seus saberes conosco. Ter professorxs é transformador e tivemos a oportunidade de trabalhar com pessoas amorosas que acreditamos muito no trabalho e isso foi delicioso. Só temos a agradecer, por acreditarem no nosso trabalho e pela disponibilidade dxs lidxs, Dora de Andrade, Julia Mendes, Luiz Carlos Santana, Maíra Espíndola, Helton e Hanna do Vaca Azul.
Encerramos esse ciclo mas já estamos começando outro.
Esperamos todxs na encruzilhada mais próxima para trocar olhar afeto e muita alegria e comemorar mais um ano de vida, que venham mais cem.
Então... ATENÇÃO MARACANGALHA AGORA É SÉRIO VAI COMEÇAR TUDO TUDO DE NOVO!