terça-feira, 5 de dezembro de 2017

MARACA no 2º Santarém em Cena

UFOPA REALIZA A “SEMANA CULTURAL – SANTARÉM CENA – 2.ª REPRESENTAÇÃO” COM 5 ESPETÁCULOS TEATRAIS NA SUA PROGRAMAÇÃO
O evento será realizado de 07 a 10 de dezembro com programação de espetáculos e atividades formativas
 A Universidade Federal do Oeste do Pará – Ufopa e o Projeto Iurupari – Grupo de Teatro, idealizarão em Santarém/PA o Evento “Semana Cultural – SANTARÉM CENA – 2.ª Representação” de 07 a 10 de dezembro, no Auditório Wilson Fonseca da UFOPA – Unidade Rondon; na Praça São Sebastião de Santarém (Praça do Barão); na Orla de Santarém – Av. Tapajós e na Praça da Vila Balneária de Alter do Chão (Praça Sete de Setembro), com entrada franca durante toda a programação dos espetáculos teatrais.
O evento objetiva ser realizado anualmente a fim de levar o teatro e outras artes relacionadas à comunidade, e oferecer cultura e entretenimento, para concretizar a formação de platéia no município de Santarém. A proposta visa realizar um ciclo anual de apresentações de peças teatrais e outras atividades culturais, produzidas para o público infantil ou adulto, e assim buscar novas formas de estímulo aos grupos locais e de outras regiões do Estado do Pará, bem como de outros Estados e Regiões do País, que pretende valorizar o teatro enquanto recurso de lazer, cultura e conscientização dos problemas sociais que afligem a sociedade brasileira.
A 2.ª REPRESENTAÇÃO
Teremos na programação do evento 5 (cinco) ESPETÁCULOS TEATRAIS, sendo um grupo convidado de Campo Grande/MS, que idealizará três espetáculos, e os demais são produções do Projeto Iurupari – Grupo de Teatro da Ufopa de Santarém.
Durante a semana ainda será realizada uma ATIVIDADE FORMATIVA, ministrada pelo grupo convidado, que comporá a programação do evento. Esta atividade visa atender especificamente os artistas, fazedores de teatro do município de Santarém, bem como outros artistas interessados.
O evento contará com debates sobre os espetáculos que serão apresentados durante o evento, e propiciarão ao público presente um bate-papo após cada apresentação, a fim de elucidar aspectos técnicos e formativos do trabalho apresentado, e fomentar a formação de plateia em Santarém e acrescentar elementos teóricos e metodológicos aos grupos participantes do evento.
A condução dos debates, para que ocorra a diálogo entre os artistas e a platéia, ficará sob a incumbência do organizador do evento, Professor Leandro Pansonato Cazula, professor da Ufopa, coordenador do Projeto Iurupari – Grupo de Teatro.
A proposta tem o apoio do ICED – Instituto de Ciências da Educação, da PROCCE – Pró-Reitoria da Cultura, Comunidade e Extensão, e ainda conta o apoio da Prefeitura de Santarém, Padaria Massabor e Conselho Comunitário de Alter do Chão.





segunda-feira, 27 de novembro de 2017

TEKOHA no 6º Festival Nacional de Teatro do Piauí

GRUPO ESCALET DE TEATRO, SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA DO PIAUÍ E GOVERNO DO ESTADO DO PIAUÍ REALIZARÃO O MAIOR FESTIVAL DE TEATRO DO BRASIL.
 
O 6° Festival Nacional de Teatro do Piauí acontecerá de 28 de novembro a 03 de dezembro de 2017, na cidade de Floriano/PI, com a participação de 31 grupos de teatro dos Estados do Piauí, Pernambuco, Pará, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Ceará, Santa Catarina, Paraná, Goiânia, Minas Gerais, Distrito Federal, Maranhão, Alagoas, Paraíba, Bahia e Rio de Janeiro.
Serão 153 artistas, entre atores, atrizes e técnicos, que apresentarão suas propostas de montagem para um público estimado em 10.000 espectadores da comunidade em geral, principalmente alunos da rede pública de ensino de Floriano e cidades circunvizinhas. Os gêneros serão os mais variados, desde a comédia, drama, tragicomédia, experimental, atendendo a um público diverso, adulto e infantil. Usando palco Italiano, espaços alternativos, ruas e bairros da cidade.
Segundo a coordenadora do evento, Iraci Costa, “O Festival Nacional vem se consolidando como um dos maiores do Brasil, e busca debater o fazer teatral das mais diferentes regiões do país, garantindo à comunidade diversão e cultura de qualidade”.
Já para o Diretor do Grupo Escalet, Cesar Crispim, “O Teatro é o sal da Terra, se você não o põe na vida, ela fica insossa. É preciso, então, trabalha as artes cênicas e valorizar o artista.”
O Evento só foi possível ser realizado devido o patrocínio da Secretaria de Estado de Cultura do Piauí e do Governo do Estado do Piauí.



quinta-feira, 23 de novembro de 2017

TEKOHA na 1ª Feira Estadual da Reforma Agrária

🎭 #VemPraFeira assistir ao espetáculo “Tekoha: Ritual de Vida e Morte do Deus Pequeno”

Apresentado pelo Teatro Imaginário Maracangalha, o espetáculo narra a trajetória do líder guarani Marçal de Souza e sua resistência histórica na luta pela terra e direitos dos povos indígenas. A palavra que dá nome ao espetáculo, Tekoha, tem um significado peculiar. “Teko” significa modo de estar, sistema, lei, hábito, costume. Tekoha, assim, refere-se à terra tradicional, ao espaço de pertencimento da cultura guarani.

O grupo se apresenta na sexta-feira (24), às 17h, na Praça Ary Coelho, em Campo Grande – MS, durante a 1º Feira Estadual da Reforma Agrária.

Não perca 

TEKOHA 
Ritual de Vida e Morte do Deus Pequeno
O espetáculo narra a trajetória do líder guarani Marçal de Souza e sua resistência histórica na luta pela terra e direitos dos povos indígenas. A palavra que dá nome ao espetáculo, Tekoha, tem um significado peculiar. “Teko” significa modo de estar, sistema, lei, hábito, costume. Tekoha, assim, refere-se à terra tradicional, ao espaço de pertencimento da cultura guarani. É no Tekoha que os guaranis vivem seu modo de ser. O Teatro Imaginário Maracangalha faz da rua a representação tão sagrado aos guaranis.

Direção: Fernando Cruz
Dramaturgia: Fernando Cruz e atuadores
Atuadores: Fran Corona, Moreno Mourão, Renderson Valentin, Fernando Cruz e Ariela Barreto
Pesquisa: Patrícia Rodrigues
Alegoria: Lício Castro
Cenografia: Zéduardo Calegari Paulino
Figurino: Ramona Rodrigues
Preparação corpo em cena: Breno Moroni
Produtora e contra - regra: Ana Capilé
Foto: Danilo Vieira - FIT Rio Preto 2017
Designe gráfico: Maira Espíndola 
Assessoria de Imprensa: Carol Alencar Cozzati
Duração 50 min. /Classificação livre







terça-feira, 21 de novembro de 2017

ARTE CONTRA A IMPUNIDADE


Marçal de Souza, ou Marçal Tupã-i, ou ainda Tupã-Y - Pequeno Deus. Nasceu em Rincão Júlio, na região de Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul, Brasil, no dia 24 de dezembro de 1920. Marçal foi um líder da etnia guarani-nhandevá que lutou pela demarcação das terras indígenas no Brasil.  
Foi assassinado no dia 25 de novembro de 1983. Os fazendeiros assassinos nunca foram punidos .

"A IMPUNIDADE É MAIS DOLOROSA QUE A MORTE!"
MARÇAL VIVE!


TEKOHA 
Ritual de Vida e Morte do Deus Pequeno
O espetáculo narra a trajetória do líder guarani Marçal de Souza e sua resistência histórica na luta pela terra e direitos dos povos indígenas. A palavra que dá nome ao espetáculo, Tekoha, tem um significado peculiar. “Teko” significa modo de estar, sistema, lei, hábito, costume. Tekoha, assim, refere-se à terra tradicional, ao espaço de pertencimento da cultura guarani. É no Tekoha que os guaranis vivem seu modo de ser. O Teatro Imaginário Maracangalha faz da rua a representação tão sagrado aos guaranis.

Direção: Fernando Cruz
Dramaturgia: Fernando Cruz e atuadores
Atuadores: Fran Corona, Moreno Mourão, Renderson Valentin, Fernando Cruz e Ariela Barreto
Pesquisa: Patrícia Rodrigues
Alegoria: Lício Castro
Cenografia: Zéduardo Calegari Paulino
Figurino: Ramona Rodrigues
Preparação corpo em cena: Breno Moroni
Produtora e contra - regra: Ana Capilé
Foto: Danilo Vieira - FIT Rio Preto 2017
Designe gráfico: Maira Espíndola 
Assessoria de Imprensa: Carol Alencar Cozzati
Duração 50 min. /Classificação livre

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

SAROBÁ BOCA QUENTE




SAROBÁ É BOCA QUENTE já dizia o poeta Lobivar Matos (1917-1945) ao retratar o Sarobá bairro de negros em Corumbá. Aquela realidade não mudou muito, vivemos em tempos de exceção, censura e repressão, mas a Arte fala mais alto assim como o poeta. E com nossas bocas bem abertas e quentes, cantamos, denunciamos, gozamos e lutamos incessantemente.

Dessa vez vai ser na Antiga Rodoviária, retrato do abandono e da ausência do Estado, porem, lugar também habitado por moradores da cidade, gente. Acreditamos que o direito a cidade é viável e estamos aí para isso mesmo, transformar, somar, construir derrubando paredes e muros erguendo outro mundo possível.
Nessa empreitada contamos com a participação dos Artes educadores do MS, do Brasil e do mundo que estarão em Campo Grande para a XXVII CONFAEB, V Congresso Internacional de Arte educadores, II Seminário Estadual de Cultura e Educação de Mato Grosso do Sul.
A programação do Sarobá Boca Quente conta com: Elinho do Bandoneon, CanaRoots, Falange da Rina, ArduaRA, Forro PVC, Coletivo Clandestino de Teatro (Dourados/MS) e muito mais... Acompanhe, divulgue, compartilhe... nossa divulgação maior é boca a boca > Boca Quente.

EVOÈ!


segunda-feira, 6 de novembro de 2017

AREÔTORARE na RUA

Teatro Imaginário Maracangalha
apresenta:
AREÔTORARE
Espetáculo de rua em Cortejo Cenopoético

Terça-feira - 07/11 às 21:00 Feira do São Chico

Sábado - 11/11 às 20:00 feira da Vila Jacy

CORTEJO CENOPOÉTICO

AREÔTORARE


O espetáculo ceno-poético de rua revisita as obras "Areôtorare" (1935) e "Sarobá" (1936) do escritor modernista Lobivar Matos, nascido em Corumbá (MS), aborda as relações humanas e sociais do seu tempo. Desta forma, questões como desigualdade, preconceito e desenvolvimento econômico são desveladas sob a ótica dos trabalhadores, índios e negros que até hoje "refletem os anseios, as revoltas, as durezas amargas da época e do meio em que vivem" (MATOS, L.).



Ficha técnica
Direção e dramaturgia: Fernando Cruz
Texto: Poemas das obras "Areôtorare e Sarobá" de Lobivar Matos
Encenação: Fernando Cruz e o grupo
Elenco: Fran Corona, Fernando Cruz, Ariela Barreto, Moreno Mourão, Paulo Augusto, Pepa Quadrini e Renderson Valentim
Pesquisa: Salim Haqsan, Fernando Cruz e Rogéria Castro Costa
Preparação e Direção musical: Jonas Feliz
Preparação Vocal: Maria Cláudia
Adereços: Patrícia Rodrigues e Lício Castro
Figurino: o grupo | Costuraria: Maria Viveiros
Assessoria de Imprensa: Brasa Comunicação
Produção: Ana Capilé

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

AREÔTORARE na FliSesc Corumbá

CORTEJO CEMOPOÉTICO
AREÔTORARE

O espetáculo ceno-poético de rua revisita as obras "Areôtorare" (1935) e "Sarobá" (1936) do escritor modernista Lobivar Matos, nascido em Corumbá (MS), aborda as relações humanas e sociais do seu tempo. Desta forma, questões como desigualdade, preconceito e desenvolvimento econômico são desveladas sob a ótica dos trabalhadores, índios e negros que até hoje "refletem os anseios, as revoltas, as durezas amargas da época e do meio em que vivem" (MATOS, L.).

Ficha técnica
Direção e dramaturgia: Fernando Cruz  
Texto: Poemas das obras "Areôtorare e Sarobá" de Lobivar Matos  
Encenação: Fernando Cruz e o grupo  
Elenco: Fran Corona, Fernando Cruz, Ariela Barreto, Moreno Mourão, Paulo Augusto, Pepa Quadrini e Renderson Valentim  
Pesquisa: Salim Haqsan, Fernando Cruz e Rogéria Castro Costa  
Preparação e Direção musical: Jonas Feliz 
Preparação Vocal: Maria Cláudia  
Adereços: Patrícia Rodrigues e Lício Castro  
Figurino: o grupo | Costuraria: Maria Viveiros  
Assessoria de Imprensa: Brasa Comunicação  
Produção: Ana Capilé


segunda-feira, 25 de setembro de 2017

SEGREDOS DO CASCUDO


O Teatro Imaginário Maracangalha orgulhosamente apresenta: Segredos do Cascudo

O grupo dá mais um passo em seu processo de pesquisa continuado a partir da obra Cidades Invisíveis de Ítalo Calvino. Estamos a quatro anos pesquisando as narrativas orais dos trabalhadores que vivem no trecho entre a Esplanada Ferroviária até o córrego Segredo no Cascudo hoje chamado de São Francisco. 


Através dessa pesquisa dramatúrgica complexa e sensível damos relevo a vida de trabalhadores que perdem seus espaços dia a dia mas ainda tem voz, pois não são e não serão invisíveis.Nossos trabalhadores tem voz e continuam firmes na linha e na luta!
Venham conhecer as primeiras estações dessa viagem...

As apresentações acontecem dentro da programação do I Seminário Nacional de Memória e Preservação do Patrimônio Ferroviário, a ser realizado na Esplanada Ferroviária entre os dias 28 e 29 de setembro de 2017, na cidade de Campo Grande MS.
Dia 28 - 09:30 - I Estação 
17:30 - II Estação 
Dia 29 -09:00 III Estação
19:00 IV Estação

  


sexta-feira, 18 de agosto de 2017

VI MOSTRA DE REPERTÓRIO - 11 Anos Maracangalha na Rua



VI MOSTRA de REPERTÓRIO
O Teatro Imaginário Maracangalha completa 11 anos, e para comemorar realiza a VI Mostra de Repertório - de 21 a 26 de agosto - apresentando seus espetáculos de teatro de rua, intervenções, performances, agitprop e o festivo Cortejo de São Genésio, o padroeiro d@s atrizes/atores e musicistas/músicos.
São 11 anos de muita luta, muita arte e muito amor. 
Estamos nas ruas compartilhando os frutos do nosso trabalho continuado.

Vem... Tem arte para todo mundo!
Vem... Vamos levantar poeira!
Evoé!






sábado, 22 de julho de 2017

SÃO JOÃO de MARACÁ


SalveSalve São João de Maracangalha de todas as Santas e Santos de todos os lugares! 
E a festa é no olho da rua, no Taquarussu. Fogueira, rangos feito pela comunidade, bandeirolas, brincadeiras, quadrilha muito louca, beijinho doce e nem sei mais o que de tão loko que já tô... Ahhhhh vamos ter uma visita muito especial dos comparsas lá de Pernambuco do Mamulengo da Folia que trás prá gente o melhor forró pé de serra que é o TRIO AGRESTINO. A formação do Trio é desde de 1969, que teve inicio no programa Carlos Diniz, apelidado pelo Rei do Baião Luiz Gonzaga, de príncipe do forró. Quer mais?tem também a discotecagem linda do DJ João Menino, Nando Mantoni mandando forró, Anarco Charanga do Maraca e muito mais. Vem ver, dançar pular fogueira até se acabar de alegria E de quebra a melhor cerveja, geladinha e no preço legal do Bar do Greg, eita bar que tem história. Quem foi na Subaquera da Bahia já sabe o sabor do lugar. Um salve a comunidade do Taquarussu que vai prepar os rangos deliciosos com sabor da comunidade. Quem quiser participar com alguma intervenção, apresentação, número etcetc... um passo a frente e fala com a gente. Agora sai de casa e vem, é de graça, na rua, é prá todo mundo, não é transgênico, é popular e livre! Fogo no congá!
Entrada gratuita


domingo, 16 de julho de 2017

Crítica do Tekoha no FIT Rio Preto

O Real e a História no Teatro


A peça Tekoha – Ritual de vida e morte do deus pequeno, do grupo Teatro Imaginário Maracangalha, de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, conta a história do assassinato do líder guarani Marçal de Souza em 1983, episódio recorrente da violência de estado contra grupos sociais marginalizados. Em uma praça, o grupo reúne os espectadores em círculo, fazendo alusão à dinâmica de uma assembleia. Os atores apresentam de início o seu posicionamento político, colocando-se contra a repressão policial e a favor da manifestação do povo que luta pelos seus direitos. 


Ao contar a história de Marçal de Souza, o grupo revela o quanto a Igreja e a Justiça foram responsáveis pelo curso dos acontecimentos. A peça sublinha a sua intenção de se colocar em defesa daqueles que costumam ter suas vozes caladas à força quando chama a atenção para o fato de que Marçal, que foi morto a tiros, levou um tiro na boca. A enunciação de várias manchetes de jornal que relatam crimes como este e ainda outros, como agressões homofóbicas e atitudes autoritárias de administrações públicas, tem forte carga de denúncia. Colocando lado a lado diferentes notícias de violência, a peça nos convida a ver que não se tratam de casos isolados, mas de um projeto de extermínio e opressão de uma parte da sociedade, que ecoa uma continuidade do projeto colonizatório. Em determinado momento da peça, uma das atrizes nos lembra de que não há  "descobrimento" do Brasil, que o continente americano foi invadido e saqueado. 


Sem dúvida, a proposta do espetáculo – que em nenhum momento fica em cima do muro – é relevante e os artistas se dedicam à comunicabilidade de um modo generoso. É de grande valor a escolha por falar da história do Brasil em praça pública, e a decisão de falar da condição indígena, do contínuo massacre que exterminou e continua exterminando tribos inteiras, é sempre urgente e necessária. 


Nos últimos anos, temos visto diversos espetáculos que podemos situar dentro do que se tem chamado "teatros do real". Artistas de diferentes partes do mundo têm assumido a responsabilidade pela produção de pensamento sobre processos históricos, apontando formas diversas de dar continuidade à ideia de teatro documentário que conhecemos principalmente pelo legado do dramaturgo alemão Peter Weiss. A pesquisadora estadounidense Carol Martin, que tem importantes livros publicados sobre o assunto, fala que esse tipo de teatro contemporâneo está "encenando historiografia". As peças que encenam historiografia nos mostram diferentes noções de escrita da história. Algumas são mais complexas, não se prendem à dinâmica das narrativas causais, lançando mão de dispositivos ficcionais que tensionam a expectativa de verdade que temos dos discursos historiográficos oficiais. Outras seguem mais à risca a noção de história entendida como relação de nomes, datas e anedotas, sem ousar na linguagem. 


Tekoha está mais próximo do segundo caso, pois a dramaturgia (assinada coletivamente pelo grupo) se pauta por uma dinâmica simples de alternar momentos de narração, em que o elenco se dirige diretamente ao público, e de dramatização, em que os atores e atrizes se caracterizam como personagens da história narrada e dialogam entre si. Podemos dizer que a dramaturgia de Tekoha é mais didática, que aposta mais na informação transmitida do que no engajamento intelectual e afetivo do espectador. 


Ao final da apresentação, os artistas esclarecem que não estão fazendo a peça para comover, mas para mobilizar, o que mostra um posicionamento ético definido. De fato, a peça não espetaculariza a morte de Marçal de Souza. Há na dramaturgia, o que poderíamos chamar de ética do cuidado, uma expressão usada pelo pesquisador espanhol José A. Sánchez na lida com as práticas do real no teatro contemporâneo. 


A programação de 2017 do Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto traz outros espetáculos que podem ser pensados como teatros do real, ou até como formas contemporâneas – nada cânonicas – de teatro documentário;  ou ainda espetáculos que de algum modo agenciam produção e transmissão de saber, que estão comprometidos com o mundo em que vivemos. Jacy, peça do Grupo Carmin, de Natal, também trata, embora indiretamente, da história do Brasil. O Mapa Teatro, da Colômbia, veio apresentar Los Incontados – Um tríptico, a última parte de uma trilogia que reflete sobre a violência na Colômbia. Projeto brasil articula discursos, imagens de corpos e canções que são ou podem ser formadores de uma ideia complexa de Brasil. Na Cena Rio Preto, a peça da Cia Cênica, Terra Abaixo Rio Acima, que tem mais afinidades de linguagem com Tekoha, se propõe a contar parte da história da formação da cidade. São diferentes formas de investigar a linguagem do teatro e diferentes formas de engajar o espectador na reflexão que está sendo proposta. 


A peça do grupo de Campo Grande poderia fazer um convite mais contundente à desobediência civil se experimentasse, no espetáculo, mais desobediência às convenções do teatro. 

Por Daniele Avila Small (RJ) 
Doutoranda em Artes Cênicas pela UNIRIO, crítica, dramaturga e diretora de teatro. Idealizadora e editora da revista eletrônica Questão de Crítica, integrante do coletivo Complexo Duplo e da DocumentaCena – Plataforma de Crítica.


Fotos: Danilo Vieira



























domingo, 9 de julho de 2017

Galpão Cultural Lua Barbosa: 20° Encontro da Rede Brasileira de Teatro de Rua

20° Encontro da Rede Brasileira de Teatro de Rua

Segue a carta produzida no XX Encontro RBTR - Rede Brasileira de Teatro de Rua realizado no Galpão da Lua em Presidente Prudente de 29/06 à 02/07/2017:


20° Encontro da Rede Brasileira de Teatro de Rua
Galpão da Lua - Presidente Prudente/SP
02 de julho de 2017
Que cidade queremos?
Queremos um mundo possível...
Cidades desmilitarizadas, desprivatizadas. Vamos continuar bancando as armas que são produzidas para se virar contra nós?
Parece que não mais queremos lutar no ringue deste Estado
Nem apresentar em seus palcos,
Nem fazer mais leis para nos enquadrar nesse seu labirinto.
Falaram expropriação?
Direito à verdade. Não queremos justiça militar, nem democracia burguesa e seus pacotes de maldades.
Sabemos que por trás da polícia e das migalhas que nos dão e nos tiram está o projeto de Capital e suas grandes corporações privatizando as ruas e nos jogando às margens.
Mas, às margens também encontramos tantos outros marginais: Mulheres, indígenas, população negra, refugiados, ambulantes, pessoas em situação de rua, usuários de Crack, LGBT, sem terras, secundaristas, periféricos, artistas de rua.
Travesti não é bagunça!
E não queremos fechar portas,
Queremos derrubar as paredes que sustentam as portas!
E não queremos fechar portas,
Queremos derrubar as paredes que sustentam as portas!
E romper as fronteiras...
Mas não romantizemos a rua não!
Precisamos tomar as ruas para que a burguesia entenda que ela precisa nos devolver o que nunca foi nosso.
Mas não romantizemos o coletivo não!
Precisamos também derrubar as paredes que estão em nossos ouvidos e olhar as nossas atitudes cotidianas.
Qual a unidade de pensamento e de ação que podemos construir a partir de nossos relatos e para além de nossas controvérsias?
Vivemos tempos de partidos. Mulheres e homens partidos. Nem pessoa física, nem pessoa jurídica. Pessoa. Pessoas diversas num coletivo de coletivos.
Se parece estarmos fadados ao amadorismo e não garantir com a arte nossa sobrevivência só nos resta a resistência.
Existir é resistir.
É a volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar.
A cidade que queremos apoia o Galpão da Lua
A cidade que queremos exige justiça ao assassinato do artista uruguaio Matias Gallindez
A cidade que queremos exige 1% do orçamento para a cultura de Osasco
A cidade que queremos Descongela a Cultura Já em São Paulo
A cidade que queremos respeita as mulheres na escola, nas artes e nas ruas
A cidade que queremos repudia a retirada dos artistas da Ocupação no hospital Psiquiátrico São Pedro em Porto Alegre
A cidade que queremos repudia a junção da Secretaria de Cultura com a de turismo em Canoas/RS
A cidade que queremos é contra o desmonte da arte e da cultura e luta por um programa de ações continuadas na Secretaria de Cultura de Fortaleza/CE
A cidade que queremos é contra a lei que proíbe apresentações artísticas nos semáforos e nas ruas de São José dos Campos/SP
A cidade que queremos apoia a ocupação MARL em Londrina/PR e repudia o projeto de lei 02/17 que visa criminalizar todas as ocupações do município.

A cidade que queremos exige a verdade sobre o assassinato de Luana Barbosa

Galpão Cultural Lua Barbosa: 20° Encontro da Rede Brasileira de Teatro de Rua: Segue a carta produzida no XX Encontro RBTR - Rede Brasileira de Teatro de Rua realizado no Galpão da Lua em Presidente Prudente de 29/06 à...