domingo, 9 de agosto de 2020

RESENHA DE PATY LOPES sobre o CAPETIM no FESTIVAL MBA'E PORÃ

Constituição

Artigo 196

A SAÚDE É DIREITO DE TODOS E DEVER DO ESTADO.

Diante de um manifesto cultural, os artistas sulmatogrossenses se uniram com a finalidade de alcançar contribuições para compras de EPIs e construção de um poço artesiano para o povo indígena da região. 

Um festival onde a cultura do povo parece ter vida própria. Quanta diversidade cultural, quanto conhecimento!
Amanheci impactada com tudo que assisti.

Sou grata ao amigo Fabrício Moser ter dado abertura a esse movimento carregado de brasilidade. 

Assisti o cortejo do grupo Teatro Maracangalha.
Cortejo já assisti vários, mas poéticos, nenhum. 

Se não me engano o modernismo de  Oswald de Andrade foi relembrado; e certamente esse se movimentou na tumba.

Como se não bastasse Lobivar aparece, a cultura de Mato Grosso do Sul gira na ciranda. 

Sarobá é o encontro que se dá ao cortejo, assim me disseram. 

E sarobá também é um dos poemas de Lobivar de Matos.

Sarobá liberdade, saroba opinião! 

Demarquem as terras!

Em meia a uma enchurrada de textos potentes ouvi isso!

A poesia não compra sapatos, mas como andar sem poesia?

E lágrimas desceram...

Logo eu do Rio de Janeiro, vi o convite a Zé Pereira para o cortejo, vamos unir os povos?

A causa é justa.

Os textos potentes.

E pareciam criar asas, voavam alto, coloridas por emoções, acolhidos por um céu azul, um sol cujo ouro parecia despejar sobre os artistas encarregados de parir a arte viva.

A constituição ali, mostrando que estamos alicerçados.

Antônio conselheiro como líder foi convocado, assim como Marçal de Souza, grandes ícones da resistência.
Os indígenas não os esquecem, pois deles emanava proteção.

A mensagem foi dada, inesquecível tudo que assisti!

Uma ceia rica que emanava conhecimentos, um Brasil antes adormecido estava ali.

E como se não bastasse um vídeo potente compôs essa transmissão, que irá de manifestos até o dia dezesseis de agosto. 

Era um vídeo de uma espanhola, estudante de fotografia artística, em uma tribo, tudo real, vi um Brasil desabrochar para mim!

Estado de encantamento é pouco, deslumbrante toda nossa cultura que atravessa espaços e nos faz entender nossa identidade.


Paty Lopes é resenhista teatral.

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